Banco Central alerta: R$ 10,4 bi em valores esquecidos podem ser resgatados no SVR

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Banco Central alerta: R$ 10,4 bi em valores esquecidos podem ser resgatados no SVR
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O Banco Central do Brasil revelou que mais de R$ 10,4 bilhões estão parados em contas esquecidas, prontos para serem resgatados por pessoas físicas e empresas. Os dados, atualizados em agosto de 2025 e divulgados pela Agência Brasil em 28 de novembro, mostram que quase R$ 8 bilhões pertencem a mais de 48 milhões de cidadãos — e outros R$ 2,3 bilhões estão distribuídos entre 4,5 mil empresas. A maioria desses valores, 88,4%, são de até R$ 100. Sim, você leu certo: quase 90% dos recursos esquecidos são trocados de centavos. Mas somados, viram uma fortuna. E o mais importante: ninguém precisa pagar nada para resgatar. Nada. Nenhum taxa. Nenhuma cobrança. Se alguém pedir, é golpe.

Como o Sistema Valores a Receber funciona?

O Sistema Valores a Receber (SVR), criado e mantido pelo Banco Central do Brasil com sede em Brasília, é uma ferramenta pública que busca devolver dinheiro que ficou esquecido em bancos, corretoras, consórcios e outras instituições financeiras. Pode ser de contas inativas, restituições não sacadas, dividendos não reclamados ou até créditos de seguros. O sistema permite consultar valores não só de pessoas vivas, mas também de falecidos — desde que o representante legal tenha os documentos necessários.

A consulta é simples: qualquer pessoa pode acessar valoresareceber.bcb.gov.br e digitar CPF e data de nascimento. Não precisa de login. Mas para solicitar o resgate — e especialmente para ativar a nova funcionalidade automática — é obrigatório ter uma conta gov.br de nível prata ou ouro, com autenticação em duas etapas e chave Pix vinculada ao CPF.

A novidade que muda tudo: resgate automático

Desde 27 de maio de 2025, o SVR ganhou uma funcionalidade revolucionária: a solicitação automática de resgate. Antes, se você encontrasse um valor esquecido, precisava abrir um pedido manual — e repetir o processo toda vez que um novo valor aparecesse. Agora, basta habilitar a opção no sistema. Se, daqui para frente, o banco ou a corretora descobrir que você tem mais dinheiro para receber, o Banco Central do Brasil envia automaticamente para sua chave Pix. Sem burocracia. Sem formulários. Sem esperar.

Essa mudança foi detalhada em vídeo pelo funcionário Gustavo, do Banco Central do Brasil, publicado em 30 de maio de 2025 no canal oficial do YouTube. "A novidade é que agora você pode habilitar uma opção que solicita automaticamente a devolução dos valores que você tem lá e que vierem a aparecer dali em diante", explicou ele. É como ter um guardião automático do seu dinheiro esquecido.

Atenção: golpes estão em alta

Apesar da simplicidade do sistema, os golpistas estão de olho. O Banco Central do Brasil emitiu um alerta claro e repetido: "O BC não manda mensagens, com ou sem links, para o resgate de qualquer quantia". E não para por aí. O portal Gov.br reforça: "O Banco Central NÃO envia links NEM entra em contato com você para tratar sobre valores a receber ou para confirmar seus dados pessoais".

Se você receber um WhatsApp, e-mail ou ligação dizendo que "você tem R$ 500 para sacar" e pedindo para clicar num link, feche. Não responda. Não clique. Não envie seu CPF, senha ou código do Pix. O único canal oficial é o site valoresareceber.bcb.gov.br. Nenhum outro. Nenhuma outra plataforma. Nenhuma app de terceiros. E nunca, nunca, nunca será pedido pagamento para liberar o dinheiro. Se alguém pedir, é golpe. Ponto final.

Como receber? Só com chave Pix — ou alternativas

Para receber os valores, o sistema exige obrigatoriamente uma chave Pix vinculada ao CPF. Se você não tem uma, o caminho é simples: vá até seu banco, crie uma chave Pix (é gratuito e leva menos de 5 minutos), volte ao SVR e atualize seus dados. Quem não tem conta bancária pode procurar uma instituição financeira parceira — como correspondentes bancários ou cooperativas — para criar uma chave e depois retornar ao sistema.

Empresas também podem resgatar, mas precisam usar CNPJ e data de abertura. E, novamente, o acesso completo só é possível com conta gov.br. Para quem representa falecidos, é necessário apresentar documentos como certidão de óbito e prova de representação legal — tudo feito diretamente no site, sem necessidade de ir a agência.

Por que isso importa?

Esse sistema não é só uma questão de dinheiro. É sobre justiça. Milhões de brasileiros nunca souberam que tinham direito a esses valores. Alguns por esquecimento, outros porque mudaram de banco e perderam o rastro. Outros, por falta de informação. O Banco Central do Brasil está cumprindo uma obrigação legal da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), que exige transparência no tratamento de recursos de clientes. E agora, com a automação, o sistema se torna mais eficiente, mais inclusivo e mais justo.

Imagine: uma avó que tinha uma conta poupança de 1998, esquecida desde que se mudou para o interior. Ou um jovem que fez um consórcio em 2020 e nunca sacou o saldo residual. Ou uma pequena empresa que teve um reembolso de taxa não cobrada e não sabia. Tudo isso pode ser resgatado. Hoje. Sem custo. Sem risco. Só com um clique.

Frequently Asked Questions

Como saber se tenho valores esquecidos sem precisar de conta gov.br?

Você pode consultar gratuitamente no site valoresareceber.bcb.gov.br usando apenas CPF e data de nascimento. O sistema mostra todos os valores disponíveis, mesmo sem login. Mas para solicitar o resgate — ou ativar a função automática — é obrigatório ter conta gov.br nível prata ou ouro com verificação em duas etapas.

E se eu não tiver chave Pix? Posso receber o dinheiro de outra forma?

Sim. Se você não tiver chave Pix, o sistema vai te orientar a entrar em contato com a instituição financeira que está segurando o valor. Ela pode oferecer alternativas, como depósito em conta ou emissão de cheque. Mas o caminho mais rápido e seguro é criar uma chave Pix — é gratuito, rápido e não precisa de conta bancária. Basta ir a um correspondente bancário ou usar apps como Pix do Banco do Brasil, Caixa ou Nubank.

O sistema pega valores de pessoas falecidas? Como o herdeiro faz?

Sim. O SVR permite que representantes legais de falecidos consultem e resgatem valores. É necessário acessar o sistema com conta gov.br e apresentar certidão de óbito, documento de representação legal (como testamento ou declaração de herdeiro) e CPF do falecido. O sistema valida os documentos digitalmente e libera o resgate diretamente para a conta do herdeiro, sempre via Pix.

Quais são os principais riscos ao usar o SVR?

O maior risco são golpes por telefone, e-mail ou WhatsApp. Ninguém do Banco Central entra em contato para pedir senhas, clonar contas ou pedir pagamento. Se alguém disser que "você precisa pagar R$ 20 para liberar R$ 500", é fraude. Apenas o site oficial valoresareceber.bcb.gov.br é confiável. Nunca clique em links enviados por terceiros, mesmo que pareçam legítimos.

Por que tantos valores são de até R$ 100?

Muitos desses valores são restituições de taxas de manutenção, juros cobrados por engano, pequenos saldos de contas inativas ou créditos de seguros. Antes da automação, o custo burocrático para resgatar R$ 50 era maior do que o valor em si — então as pessoas desistiam. Com o Pix e a nova funcionalidade, esses pequenos valores agora têm valor real. E são milhões deles.

O que vai mudar no futuro com o SVR?

A tendência é ampliar o sistema para incluir outros tipos de créditos, como restituições de impostos municipais, tarifas de serviços públicos não cobradas e até ressarcimentos de planos de saúde. O Banco Central já estuda parcerias com prefeituras e órgãos federais. A meta é transformar o SVR no principal canal de devolução de créditos não reclamados no Brasil — um verdadeiro "resgate de direitos esquecidos".

6 Comentários

Gilmar Alves de Lima
Gilmar Alves de Lima
novembro 29, 2025 AT 11:13

Se você nunca sacou um troco de conta inativa, tá na hora de olhar. É grátis, é legal e não tem pegadinha. Só entra no site e consulta com CPF. Não precisa de nada além disso. Se alguém pedir senha, é golpe. Ponto.

Joseph Antonios
Joseph Antonios
novembro 30, 2025 AT 15:35

Isso aqui é uma vergonha. Milhões de reais esquecidos porque o povo não sabe nem olhar no site. E ainda tem gente que acredita em mensagem no WhatsApp pedindo pra pagar pra sacar. Sério?

Giovanni Cristiano
Giovanni Cristiano
dezembro 1, 2025 AT 14:16

Outra coisa que o governo faz pra parecer que tá fazendo algo. Enquanto isso o povo morre de fome e os bancos continuam lucrando. Mas claro, se você tem R$ 50 esquecidos, tá na hora de comemorar. Parabéns.

Brunna Lima
Brunna Lima
dezembro 3, 2025 AT 04:11

Se você não tem Pix é porque quer mesmo não ter dinheiro. Não é dificuldade, é preguiça. E se não tem conta gov.br, é porque não quer ser livre. O sistema é simples. A pessoa é que é complicada.

Nathalia Singer
Nathalia Singer
dezembro 4, 2025 AT 18:58

Eu tinha R$ 87,50 esquecidos de uma conta que abri em 2016. Fui no site, coloquei CPF e data de nascimento, cliquei em resgatar e em 2 dias já tinha na minha Pix. Não precisei de nada. Nem cadastro. Só o site. É assim que deve ser.

Alisson Karlinski
Alisson Karlinski
dezembro 5, 2025 AT 02:41

Essa história de dinheiro esquecido é só um espelho da nossa alma coletiva. Esquecemos de tudo. De nós mesmos. Dos outros. Dos direitos. E o Banco Central, com sua frieza burocrática, nos lembra que o dinheiro é o único que nunca perdoa. Mas será que ele perdoa a gente?

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