Disney rejeita filme solo de Ben Solo de Adam Driver e Soderbergh

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Disney rejeita filme solo de Ben Solo de Adam Driver e Soderbergh
9 Comentários

Quando Adam Driver, ator indicado ao Oscar e rosto de Kylo Ren na trilogia pós‑original de Star Wars, revelou que a The Walt Disney Company rejeitou seu projeto de filme solo sobre Ben Solo, a notícia rapidamente virou manchete nas redes. A revelação aconteceu em entrevista à Associated Press, publicada no Los Angeles Times em 21 de outubro de 2025, às 18h40 (UTC). O que tinha sido aprovado dentro da Lucasfilm Ltd. acabou travado nos corredores corporativos de Burbank, Califórnia, por ordem de Bob Iger, CEO da Disney, e Alan Bergman, co‑chairman da empresa.

Contexto: o que motivou o projeto

Driver começou a conversar com Kathleen Kennedy, presidente da Lucasfilm, já em 2021. Na época, a produtora buscava novas histórias que pudessem revitalizar o universo após o encerramento de The Rise of Skywalker (20 de dezembro de 2019). "Sempre disse que, com um bom diretor e uma boa história, eu estaria lá num segundo", afirmou o ator em entrevista, lembrando que a ideia era dar um desfecho mais aprofundado ao personagem que morreu sacrificando‑se por Rey.

Os primeiros passos: parceria com Soderbergh e Burns

Para transformar a proposta em algo tangível, Driver trouxe o Steven Soderbergh, cineasta veterano conhecido por Contagion (2011) e The Informant! (2009). Juntos, contrataram o roteirista Scott Z. Burns, colaborador frequente de Soderbergh. Segundo o vídeo do IGN Daily Fix de 23 de outubro de 2025, o roteiro ficou "um dos mais legais que já participei", e os executivos da Lucasfilm — incluindo Carrie Beck, vice‑presidente de desenvolvimento live‑action, e Dave Filoni, chief creative officer — aprovaram a ideia, vendo ali uma oportunidade de explorar a redenção de Ben Solo.

O ponto de quebra: a decisão da Disney

Apesar do entusiasmo interno, o projeto encontrou resistência quando chegou ao nível corporativo. Em reunião na sede da Disney em Burbank, Iger e Bergman questionaram a viabilidade da narrativa: "não vi como Ben Solo poderia estar vivo depois da morte canonizada em 2019", resumiu Driver, citando a própria gravação. A decisão foi tomada em 2025, encerrando oficialmente o desenvolvimento que durou dois anos.

Reações da comunidade e análises de especialistas

Reações da comunidade e análises de especialistas

Comentadores como o YouTuber Snarky Jay, em vídeo de 23 de outubro de 2025, chamaram a recusa de "o maior erro desde que a trilogia sequencial foi aprovada". Segundo ele, a trama oferecia um “personagem intrinsecamente bom, porém tentando ser mau”, algo que poderia trazer nova camada emocional ao universo. Já críticos de cinema apontam que a Disney tem historicamente evitado refazer personagens mortos, citando exemplos como a recusa de reviver Han Solo antes de Solo: A Star Wars Story (2018). Por outro lado, analistas de mercado observam que o custo de produção de um spin‑off centrado em um vilão poderia ser elevado, sem garantias de retorno, especialmente após o declínio de bilheteria da saga pós‑Disney.

Impacto na franquia e próximos passos

O revés deixa várias questões no ar. Primeiro, a continuidade da narrativa de Kylo Ren permanece encerrada; segundo, a intenção de Lucasfilm de explorar personagens marginalizados parece ter sido freada. Ainda não há indicações de que a Disney vá reconsiderar a ideia, embora haja especulação sobre projetos alternativos que possam incluir flashbacks ou histórias paralelas de Star Wars. Enquanto isso, Driver segue focado em outros filmes, mas deixou claro que "a porta ainda está aberta" caso a empresa volte a conversar.

Resumo dos principais fatos

Resumo dos principais fatos

  • Projeto: filme solo de Ben Solo/Kylo Ren.
  • Desenvolvimento: 2021‑2025, com roteiro de Scott Z. Burns.
  • Diretor proposto: Steven Soderbergh.
  • Aprovação interna: Lucasfilm (Kennedy, Beck, Filoni).
  • Rejeição final: decisão de Bob Iger e Alan Bergman, Disney.
  • Motivo alegado: impossibilidade de justificar a sobrevivência de Ben Solo.

Perguntas Frequentes

Como a recusa do filme afeta os fãs de Star Wars?

Os fãs perderam a chance de ver um aprofundamento do arco de Kylo Ren, um dos personagens mais complexos da saga. Muitos consideram a proposta uma oportunidade de reavaliar a redenção do vilão, algo que agora permanecerá apenas no papel.

Por que a Disney considera impossível trazer Ben Solo de volta?

A morte de Ben Solo em The Rise of Skywalker foi oficialmente canon. Reverter esse ponto exigiria reescrever parte da história recente, o que poderia gerar inconsistências e confundir o público, especialmente após críticas ao tratamento da trilogia.

Existe alguma chance de o projeto ser revivido?

Até o momento, a Disney não sinalizou reabertura do projeto. No entanto, a empresa costuma revisitar ideias descartadas quando surgem novas estratégias de conteúdo, como a série "The Mandalorian" demonstrou.

Qual foi o papel de Steven Soderbergh na proposta?

Soderbergh seria o diretor e, junto a Burns, ficou responsável por transformar a ideia de Driver em um roteiro concreto. Sua experiência em narrativas complexas foi vista como um ponto forte, mas não bastou para convencer a cúpula corporativa da Disney.

Como a decisão se encaixa na política de produção da Disney?

A Disney tem sido cautelosa ao investir em projetos que desafiem a continuidade estabelecida de suas franquias. A recusa reflete uma estratégia de risco controlado, priorizando propriedades que garantam retorno financeiro comprovado.

9 Comentários

Eduardo Mallmann
Eduardo Mallmann
outubro 24, 2025 AT 21:40

A decisão da Disney de descartar o projeto solo de Ben Solo demonstra uma postura conservadora em relação ao cânon estabelecido. O argumento de impossibilidade de justificar a sobrevivência do personagem, embora coerente com a cronologia original, ignora oportunidades narrativas de aprofundamento psicológico. A indústria cinematográfica tem histórico de revisitar personagens mortos, como exemplificado por outras franquias. Assim, uma reavaliação poderia gerar renovado interesse do público e potencial retorno financeiro. Contudo, a cautela corporativa prevalece quando há risco de alienar a base de fãs mais tradicional. Em suma, a recusa evidencia o peso das considerações de marca sobre a criatividade individual.

Timothy Gill
Timothy Gill
outubro 27, 2025 AT 19:07

Ao analisar a recusa da Disney percebemos uma lógica de preservação do cânon que se sobrepõe à necessidade de exploração artística. O modelo de negócios favorece certezas comerciais e evita dissonâncias que poderiam comprometer a coesão temporal da saga.

David Costa
David Costa
outubro 30, 2025 AT 16:33

A proposta de um filme solo sobre Ben Solo surge em um momento crítico da história de Star Wars, quando os fãs buscam narrativas que preencham lacunas deixadas pelos episódios finais da trilogia.
Esse interesse demonstra o desejo de aprofundar a psicologia de Kylo Ren, que ainda ressoa como uma figura trágica e complexa.
O envolvimento de Adam Driver como protagonista traz credibilidade ao projeto, já que sua performance já foi aclamada pela crítica.
A parceria com Steven Soderbergh acrescenta um selo de qualidade de direção, conhecida por seus experimentos formais e narrativas não lineares.
O roteirista Scott Z. Burns, por sua vez, tem histórico de criar roteiros densos e intelectuais, o que poderia elevar o filme a um patamar de drama sci‑fi.
Internamente, a Lucasfilm aprovou a ideia, vendo nela uma oportunidade de expandir o universo de maneira inovadora.
No entanto, ao chegar à cúpula da Disney, a ideia encontrou resistência baseada em questões de continuidade canônica.
A justificativa de impossibilidade de ressuscitar Ben Solo ignora recursos narrativos como flashbacks, memória e linhas temporais alternativas.
Além disso, o mercado atual tem demonstrado que público está aberto a revisitar personagens supostamente encerrados, como visto em outras franquias.
A decisão corporativa, portanto, parece mais motivada por avaliações de risco financeiro do que por considerações artísticas.
Caso o filme fosse produzido, ele poderia abrir espaço para novos spin‑offs focados em personagens marginalizados.
Isso, por sua vez, expandiria o leque de histórias disponíveis no universo expandido, fortalecendo o engajamento dos fãs.
A recusa também sinaliza uma tendência conservadora que pode limitar a evolução criativa da marca.
Muitos analistas veem nisso uma oportunidade perdida de revitalizar a franquia em um momento de estagnação nas bilheterias.
Em suma, a rejeição do projeto representa um ponto de inflexão que levanta questões sobre o futuro da narrativa em Star Wars.

Willian de Andrade
Willian de Andrade
novembro 2, 2025 AT 14:00

Caraca, eu acho que a Disney poderia ter dado uma chance, né? Eles sempre falam de inclusão e aqui deixaram um personagem super complexo no escuro. Fica a sensação de que tão só pensando no grana.

Thiago Silva
Thiago Silva
novembro 5, 2025 AT 11:27

É de partir o coração ver um talentoso ator como Adam Driver ter sua visão sufocada por burocracias. A história de Kylo Ren estava pronta para ser reescrita com nuances que poderiam transformar a percepção dos fãs. Mas a Disney prefere jogar o balde da segurança.

Sandra Blanco
Sandra Blanco
novembro 8, 2025 AT 08:53

Não é certo descartar uma ideia só porque pode ser arriscada. A arte precisa de espaço para arriscar.

Willian Paixão
Willian Paixão
novembro 11, 2025 AT 06:20

Quem sabe no futuro a Disney reconsidere e abra as portas para projetos mais ousados? Enquanto isso, Adam Driver ainda tem muitos papéis incríveis pela frente e podemos apoiar seu trabalho em outras produções.

Bruna Oliveira
Bruna Oliveira
novembro 14, 2025 AT 03:47

O cancelamento do spin‑off evidencia a rigidez paradigmática que permeia as decisões estratégicas de conglomerados transmedia contemporâneos.

Rayane Martins
Rayane Martins
novembro 17, 2025 AT 01:13

A Disney tem que parar de temer o inesperado.

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