Na última década e meia, a Lei Maria da Penha se consolidou como um pilar essencial na luta contra a violência doméstica no Brasil. Comemorando seu 18º aniversário, a Secretaria de Estado de Justiça, Direitos Humanos e Cidadania (Sejusc) do Amazonas chamou a atenção para os diversos mecanismos e serviços disponíveis para apoiar mulheres em situação de risco.
Aprovada em 7 de agosto de 2006, a Lei Maria da Penha surgiu como resposta à crescente demanda por proteção legal e justa para mulheres vítimas de violência. O nome da lei homenageia Maria da Penha Maia Fernandes, uma mulher que se tornou símbolo da luta contra a violência doméstica após sobreviver a duas tentativas de feminicídio pelo seu então marido.
Uma das principais iniciativas destacadas pelo Sejusc é o Serviço de Apoio Emergencial à Mulher (Sapem), recurso essencial para mulheres em situação de violência imediata. O Sapem oferece suporte psicológico, jurídico e social, provendo um atendimento integral às vítimas e suas famílias.
Outro projeto relevante é a Nova Rede Mulher, que atua na prevenção e no combate à violência contra mulheres por meio de uma rede integrada de serviços. Além dos atendimentos emergenciais, a Nova Rede Mulher promove campanhas educativas e parcerias com diversas entidades para assegurar que as vítimas recebam todo o apoio necessário para sair do ciclo de violência.
Desde sua implementação, a Lei Maria da Penha tem mostrado resultados significativos. Apenas entre janeiro e julho de 2020, mais de 7.250 mulheres foram assistidas por meio dos serviços do Sejusc. Este número reflete o impacto positivo da legislação e das ações coordenadas pelo governo para oferecer proteção e suporte às mulheres.
Os esforços do Sejusc também incluem iniciativas educacionais, como o programa de Educação de Jovens e Adultos (EJA), que visa capacitar mulheres, dando-lhes ferramentas para se libertarem da violência através do conhecimento e novas habilidades. Ações educativas são cruciais para quebrar o ciclo de violência, promovendo a independência econômica e emocional das vítimas.
Além do apoio direto às vítimas, a conscientização pública é um pilar fundamental das ações do Sejusc. Campanhas educativas e de sensibilização são promovidas frequentemente, com o objetivo de informar e alertar a sociedade sobre os sinais de violência doméstica e as formas de denunciar.
Essa abordagem não só ajuda a prevenir novos casos, mas também fortalece a rede de apoio ao fazer com que mais pessoas estejam cientes e dispostas a ajudar. A conscientização contribui para uma mudança cultural necessária, onde a violência contra a mulher deixe de ser vista como um problema privado e passe a ser abordada como uma questão de saúde pública e direitos humanos.
O esforço de combate à violência doméstica no Amazonas se alinha com as diretrizes internacionais estabelecidas por entidades como a ONU Mulheres. De acordo com o Global Database on Violence against Women, quase um terço das mulheres ao redor do mundo já sofreu violência física ou sexual. Este dado alarmante destaca a urgência de ações coordenadas e efetivas para erradicar essa problemática global.
No Brasil, a implementação e fortalecimento da Lei Maria da Penha são passos essenciais para garantir que as mulheres vivam sem medo e com plena dignidade. A Sejusc, ao promover ações concretas de apoio, educação e conscientização, se posiciona como um exemplo de compromisso com a causa.
Ao olhar para os 18 anos da Lei Maria da Penha, é essencial reconhecer o progresso alcançado e ao mesmo tempo se conscientizar das barreiras que ainda precisam ser superadas. As ações do Sejusc e de outras instituições são fundamentais para assegurar que a luta contra a violência doméstica continue avançando. Com educação, suporte psicológico, jurídico e campanhas de conscientização, é possível vislumbrar um futuro onde todas as mulheres e meninas possam viver sem temor e com total liberdade e igualdade.
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